segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Continuando o livro O Futuro do drama






Segundo alvo crítico

voz ou pessoa

Voz autoral X voz das personagens

Objetividade de Homero: Narrador e personagens

- "intromissão da voz do  dramaturgo  nas vozes das diferentes personagens"(61)

"Praticar, relativamente a cada personagem , a anácrise e a síncrese, elaborar , cada um,  as suas opniões e confrontar as diferentes opniões  sob o olhar  crítico do público , eis a homologia desta dramaturiga como o diálogo socrático. Evidentemente  que um passo destes só poderia ter sido considerado a custo de um certo apagamento pela paixão pela personagem "(p66).
"Desde logo, pouco importa que a intervenção do autor seja explícita ou implícita,porque é a interrupção do desenvolvimento dramático que conta. (69-70)"

"descontrução da personagem individualizada.  O tempo de uma personagem  de teatro estritamente  construída à imagem do homem, parece soprar-nso Brecht, acabou. (97)
"Entre essas duas hipóteses, das quais uma faz da personagem um analogon da pessoa humana e a outra fa-la passar à categoria de natureza morta, talvez exista uma terceira que seria específica do dramaturgo-rapsodo: a de uma personagem  de um antropomorfismo incerto que o autor acaompanharia ao long do seu périplo teatral, cujas tribulações ele seguira passo a passo e à aual estria indissociavelmente ligado quanto o Douro Frankstein à sua Criatura. (97)

A questão dialoga com Platão República , livro terceiro.


V.
AUERBACH,E.  Mímesis. Editora Perspectiva, 1971 (especialmente o texto a cicatriz de Ulisses){https://prioste2015.files.wordpress.com/2015/03/tl1_auerbach.pdf}
HALLIWELL, S.  The Theory and Practice of Narrative in Plato  {https://research-repository.st-andrews.ac.uk/bitstream/handle/10023/3468/Narratology_Plato.pdf }


TERCEIRO ALVO CRÍTICO

A língua, a comunicação verbal, o diálogo dramático.
"Privado de sua função tradicional de formular o conflito e de o conduzir ao seu termo, através de uma série finita de relações duais, o diálogo dramático desaparece professivamente e enfraquece, tal como um órgão que deixou de ter utilidade. "138

"Textos como estes que acabei de citar marcam, talvez, um limite utópico, para não dizer um excesso, na desfiguração da língua teatral. Textos-vigia, que nos indicam que, no futuro, o dramaturgo-rapsodo terá ainda que se confrontar com a língua"(173)
a-"Realizar a hibridizaçõ é lacerar a trama da língua vernácula, inseridno-lhe uma quantidade de elementos alogênicos: citações de línguas estrangeiras... "167.
b-subversão das estruturas da língua vernácula ( sintaxe, gramática, ortografia, pontuação) 162
c- Silêncios. "O escritor de teatro deve talvez concretizar dois passos : registrar o silêncio que vem dos corpos e atravessar esse silêncio para o poder transcrever, para o poder transpor, conferindo-lhe a sua mais digna expressão teatral".147.
d- desvinculação palavra falada e pensamento.  "No drama modernos a palavra é um signo fracturado: a personagem fala, mas o pensamento, transferido para o espaço da linguagem, encontra-se algures noutro sítico. Entre o pensamento e a elocução, que a Poética de Aristóteles apresentava como um casal unido e solidário, exprimindo a passagem do poder ao acto, intercala-se o obstáculo da não-adequação do homem à linguagem, da afasia ou da logorréia. O não-dito esvazia o diálogo dramático e à palavra teatral anexa-se um extraordinário volume de silêncio". 146.

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