Pontos de partida
0- Teatro e estética: o teatro como uma província da filosofia: Platão, Aristóteles. Especificidade e subordinação. Mímesis, catarse, estrutura/forma.
1- o teatro em busca de suas possibilidades. Stanislavski, Meyerhold, Craig, Appia, Brecht, Artaud, Grotowski, Boal, Dario Fo, por exemplo. Sec. XIX - XX
2- composição, realização (atuação/encenação), recepção, produção.
3- Atuação e treinamento de atores, encenação.
4- Novas dramaturgias: novas escritas cênicas, e expansão do conceito de dramaturgia.
I-Alvo crítico. Mutações na escrita cênica.
Alvo 1- composição
"A escrita dramática em sua forma canônica"(33) X novos conteúdos e novas formas
1- Arranjo das partes, como as partes de uma peça se relacionam. Teoria organicista. Analogia entre a obra e um organismo. Divisão em partes e hierarquia.
a- Platão Fedro 264c
" SÓCRATES
Mas acredito que você vai concordar que todo discurso deve ser organizado como um ser vivo (organismo), tendo um seu próprio corpo, não sendo sem cabeça ou sem pés, mas com tronco e membros, escritos(compostos)de forma a que se relacionem entre si e com o todo.
Σωκράτης
ἀλλὰ τόδε γε οἶμαί σε φάναι ἄν, δεῖν πάντα λόγον ὥσπερ ζῷον συνεστάναι σῶμά τιἔχοντα αὐτὸν αὑτοῦ, ὥστε μήτε ἀκέφαλον εἶναι μήτε ἄπουν, ἀλλὰ μέσα τε ἔχειν καὶ ἄκρα,πρέποντα ἀλλήλοις καὶ τῷ ὅλῳ γεγραμμένα."
b- Aristóteles Poética 1451a
"É preciso então, como nas outras artes miméticas que a mímesis seja única pois é mímesis de uma coisa única, e também o seja o enredo, pois é mímesis de uma ação, única e completa em si, e que se componha as partes dos acontecimentos de tal forma que colocar uma parte em lugar/ordem diferente ou suprimi-la acarreta a alteração ou movimentação do todo. Pois se a presença ou não presença de algo que não produz algo distinguível então esse algo não é parte do todo.
χρὴ οὖν, καθάπερ καὶ ἐν ταῖς ἄλλαις μιμητικαῖς ἡ μία μίμησις ἑνός ἐστιν, οὕτω καὶ τὸν μῦθον, ἐπεὶ πράξεως μίμησίς ἐστι,μιᾶς τε εἶναι καὶ ταύτης ὅλης, καὶ τὰ μέρη συνεστάναι τῶν πραγμάτων οὕτως ὥστε μετατιθεμένου τινὸς μέρους ἢ ἀφαιρουμένου διαφέρεσθαι καὶ κινεῖσθαι τὸ ὅλον: ὃ γὰρ προσὸν ἢ μὴ προσὸν μηδὲν ποιεῖ ἐπίδηλον, οὐδὲν μόριον τοῦ ὅλου ἐστίν.
" Pelo ideal clássico de
representação, a obra artística possui unidade orgânica e se expressa por meio
desta pretensa homogenização. A unidade orgânica consiste “na concordância das
partes de uma obra com outras partes e com o todo, in the agreement of the
parts of a work with each other and with the whole” (ORSINI, 1975:21). A coesão
interna dos níveis é tão sistemática que “uma alteração da parte, quando por
acréscimo ou supressão, envolve a alteração do todo, an alteration of a part,
whether by addtion or removal, involves the alteration of the whole” (ORSINI,
1975:35). O uno-único-unificante, presumido e posto em circulação na unidade
orgânica, não é, exclusivamente, um princípio de composição artística. Em sua
motivação epistêmica, espelha “o conceito de atividade sintética da mente, the
concept of the synthetic activity of the mind” (ORSINI, 1975:97). A
representação inteiriça e monotemática apenas denuncia o alcance e a natureza
das faculdades cognitivas humanas. Ao homem caberia modelizar suas estratégias
de conhecimento em categorias gerais e abstratas posto que estas são as mesmas
e constantes, imutáveis e absolutas." (MOTA 2015:94-95)
BIBLIOGRAFIA
MOTA, M. Imaginação e Morte. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2015.
ORSINI, G. Organity Unity in Ancient and Later Poetics. Southern Illinois University Press, 1975.
Sub-alvo I-Teoria de um teatro épico
"liberada da tutela do tema unificador, a obra dramática apresenta-se como um entrelaçado de temas "(35)
"Contudo, ninguém duvida que o abalo que Brecht provocou nas bases aristotélicas do teatro ocidental, graças, sobretudo, à sua teoria de um teatro épico, onde os elementos narrativos rivalizam com os elementos dramáticos, abriu ao nosso teatro uma perspectiva de emancipação." ( 35)
"Epicização da forma dramática" 36
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