TÍTULO: Raízes do Repente e a história da cultura oral brasileira
O Repente surge no Nordeste brasileiro em meados do século XIX, a partir da influência da tradição de trovadores portugueses. O repentista nordestino podia ser encontrado em cidades e feiras cantando ou declamando poesias, algumas vezes sozinho e em outras em duplas, quando então surgiam os desafios entre os cantadores. Devido a ausência de documentação neste período e a característica de arte popular, não formalizada, pouco se sabe da origem real desses cantores, mas sabe-se que antes mesmo do surgimento do repente, "cantadores anônimos tenham perambulado Nordeste afora, ensaiando desafios, tocando viola e batendo pandeiro". Na busca das influências do repente, encontramos a pesquisa de Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) que vislumbra este elo inicial "no antigo canto amebeu grego (desafio entre pastores), cuja técnica teria sido adotada por Homero na Ilíada e na Odisséia. Oportuno lembrar que Homero viveu (se é que viveu) por volta dos séculos IX e VIII antes de Cristo. Assim, o canto amebeu grego já era exercitado há, pelo menos, trinta séculos de hoje. O mestre potiguar assinala que Horácio e Virgílio testemunharam a influência desse canto nas populações rurais de seu país". O autor do artigo sobre a origem da cantoria nordestina ressalta sua dúvida em relação a existência real de Homero. Em seu cordel A Origem do Repente, João santana declama que: Na Grécia Antiga viveram Entes espetaculares, Os rapsodos,q ue usavam Declamações salutares levando contos ao povo Nos mais distantes lugares.
Depois deles, os aedos Que em suas composições Ao som das liras cantavam As lendas e tradições, Imortalizando histórias Pordiversas gerações."
Também inlfuenciaram o nascimento do repente os árabes, o trovadorismo, principalmente o português, os bardos e menestréis. Mas todos tem como sua uma de suas características, assim como o rapsodo, o fato de se apresentarem nas ruas e também a forma como esses estilos eram passados de intérprete para intérprete.
Encontrei uma tese de doutorado que tem vasta bibliografia sobre o assunto e assuntos afins. Entre os livros está o do Lord, The Singer of Tales http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/A%20po%C3%A9tica%20do%20improviso.pdf
A tese se chama A Poética do Improviso: prática e habilidade no repente nordestino, de João Miguel Manzolillo Sautchuk e foi defendida em 2009 no Departamento de Antropologia.
TÍTULO: Contadores de Rosa e em Rosa Assim como os rapsodos performavam os poemas de Homero, os grupos de contadores de estórias “Miguilim” e “Caminhos do Sertão”, de Cordisburgo, Minas Gerais, apresentam ao público as narrativas do escritor João Guimarães Rosa (1908-1967), que nasceu e viveu na cidade boa parte de sua infância. Ser um dos Miguilins, em Cordisburgo, é sinal de distinção na comunidade. Os meninos escolhidos desenvolvem técnicas para decorar trechos longos de obras como Grande Sertão: Veredas (1956), Corpo de Baile (1956) e Sagarana (1946), para apresentá-los ao público que visita o Museu Casa Guimarães Rosa e também às pessoas que vão à Cordisburgo durante as anuais “Semanas Roseanas”. Se é “Miguilim” dos 11 aos 18 anos; depois dessa idade, se a pessoa quiser continuar contando estórias, ela pode entrar para o “Caminhos do Sertão”, grupo que organiza caminhadas literárias pelos cenários reais que inspiraram Guimarães Rosa. Mais experientes e maduros, os caminhantes do sertão “ousam” mais em suas performances, adicionando à declamação dos textos, música e gestos mais teatrais. Neste ensaio, pretende-se analisar as performances de integrantes desses dois grupos de contadores de estórias, relacionando-as com estudos sobre os rapsodos homéricos e com os narradores populares que aparecem nos próprios textos rosianos, como o violeiro Laudelim (ou Pulgapé), de "O Recado do Morro"; Joana Xaviel e o velho Camilo, personagens de "Uma estória de amor"("Festa de Manuelzão"). Palavras-chave: rapsodos; João Guimarães Rosa; contadores de estórias; grupo Miguilim; grupo Caminhos do Sertão. Bibliografia básica: The singers of tales (Albert B. Lord); Corpo de Baile (J. G. Rosa); Vaqueiros e Cantadores (L. Câmara Cascudo); O Narrador (W. Benjamin); Nos passos de Homero (M. Mota).
TÍTULO: Raízes do Repente e a história da cultura oral brasileira
ResponderExcluirO Repente surge no Nordeste brasileiro em meados do século XIX, a partir da influência da tradição de trovadores portugueses. O repentista nordestino podia ser encontrado em cidades e feiras cantando ou declamando poesias, algumas vezes sozinho e em outras em duplas, quando então surgiam os desafios entre os cantadores. Devido a ausência de documentação neste período e a característica de arte popular, não formalizada, pouco se sabe da origem real desses cantores, mas sabe-se que antes mesmo do surgimento do repente, "cantadores anônimos tenham perambulado Nordeste afora, ensaiando desafios, tocando viola e batendo pandeiro".
Na busca das influências do repente, encontramos a pesquisa de Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) que vislumbra este elo inicial "no antigo canto amebeu grego (desafio entre pastores), cuja técnica teria sido adotada por Homero na Ilíada e na Odisséia. Oportuno lembrar que Homero viveu (se é que viveu) por volta dos séculos IX e VIII antes de Cristo. Assim, o canto amebeu grego já era exercitado há, pelo menos, trinta séculos de hoje. O mestre potiguar assinala que Horácio e Virgílio testemunharam a influência desse canto nas populações rurais de seu país".
O autor do artigo sobre a origem da cantoria nordestina ressalta sua dúvida em relação a existência real de Homero.
Em seu cordel A Origem do Repente, João santana declama que:
Na Grécia Antiga viveram
Entes espetaculares,
Os rapsodos,q ue usavam
Declamações salutares
levando contos ao povo
Nos mais distantes lugares.
Depois deles, os aedos
Que em suas composições
Ao som das liras cantavam
As lendas e tradições,
Imortalizando histórias
Pordiversas gerações."
Também inlfuenciaram o nascimento do repente os árabes, o trovadorismo, principalmente o português, os bardos e menestréis. Mas todos tem como sua uma de suas características, assim como o rapsodo, o fato de se apresentarem nas ruas e também a forma como esses estilos eram passados de intérprete para intérprete.
BIBLIOGRAFIA:
http://www.infoescola.com/musica/repente/
http://culturapopularetc.blogspot.com.br/2010/01/origem-da-cantoria-nordestina.html
http://www.versoencantado.com.br/wp-content/uploads/2014/11/ecordel-a-origem-do-repente.pdf
Encontrei uma tese de doutorado que tem vasta bibliografia sobre o assunto e assuntos afins. Entre os livros está o do Lord, The Singer of Tales
ResponderExcluirhttp://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/A%20po%C3%A9tica%20do%20improviso.pdf
A tese se chama A Poética do Improviso: prática e habilidade no repente nordestino, de João Miguel Manzolillo Sautchuk e foi defendida em 2009 no Departamento de Antropologia.
ResponderExcluirTÍTULO: Contadores de Rosa e em Rosa
ResponderExcluirAssim como os rapsodos performavam os poemas de Homero, os grupos de contadores de estórias “Miguilim” e “Caminhos do Sertão”, de Cordisburgo, Minas Gerais, apresentam ao público as narrativas do escritor João Guimarães Rosa (1908-1967), que nasceu e viveu na cidade boa parte de sua infância. Ser um dos Miguilins, em Cordisburgo, é sinal de distinção na comunidade. Os meninos escolhidos desenvolvem técnicas para decorar trechos longos de obras como Grande Sertão: Veredas (1956), Corpo de Baile (1956) e Sagarana (1946), para apresentá-los ao público que visita o Museu Casa Guimarães Rosa e também às pessoas que vão à Cordisburgo durante as anuais “Semanas Roseanas”. Se é “Miguilim” dos 11 aos 18 anos; depois dessa idade, se a pessoa quiser continuar contando estórias, ela pode entrar para o “Caminhos do Sertão”, grupo que organiza caminhadas literárias pelos cenários reais que inspiraram Guimarães Rosa. Mais experientes e maduros, os caminhantes do sertão “ousam” mais em suas performances, adicionando à declamação dos textos, música e gestos mais teatrais.
Neste ensaio, pretende-se analisar as performances de integrantes desses dois grupos de contadores de estórias, relacionando-as com estudos sobre os rapsodos homéricos e com os narradores populares que aparecem nos próprios textos rosianos, como o violeiro Laudelim (ou Pulgapé), de "O Recado do Morro"; Joana Xaviel e o velho Camilo, personagens de "Uma estória de amor"("Festa de Manuelzão").
Palavras-chave: rapsodos; João Guimarães Rosa; contadores de estórias; grupo Miguilim; grupo Caminhos do Sertão.
Bibliografia básica: The singers of tales (Albert B. Lord); Corpo de Baile (J. G. Rosa); Vaqueiros e Cantadores (L. Câmara Cascudo); O Narrador (W. Benjamin); Nos passos de Homero (M. Mota).
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ResponderExcluirBárbara28 de setembro de 2016 13:33
Oi pessoal.
Passei mal hoje e não pude ir à aula.
Ainda estou escrevendo o resumo da minha proposta de trabalho. Vou enviar em breve, mas coloco aqui o provável título e as palavras-chave:
TÍTULO:
Emergência, proliferação ou crise da figura do narrador – diálogos possíveis entre Benjamin, Lehmann e Sarrazac.
Palavras-chave: dramaturgo-rapsodo, narrador, Benjamin, Lehmann, Sarrazac.
Oi, Bárbara,
ResponderExcluirespero que esteja melhor!
O Marcus pediu para cada um de nós abrir uma postagem específica aqui no blog para nosso artigo.
Abraço