Título:
Platão Rapsodo? Entre Drama e Filosofia, oralidade e escrita. Ou - Performance filosófica nos diálogos de Platão? à luz do anonimato
do autor, da forma dialogal e da Academia. (Henrique Guimarães)
Resumo:
Esse trabalho visa esclarecer e elencar elementos que contribuam à discussão acerca
da forma dialogal em Platão, seu anonimato dramático, sua forma de atuar
filosoficamente diante das ‘rapsódicas’ de seu tempo (especialmente Homero)
sendo ele mesmo um poeta-autor de um gênero que poderíamos dizer dramático-dialógico.
Esse caminho nos leva às teorias do drama (e da μίμησις), e às repercussões acerca da crítica dos gêneros narrativos e performance (na
República e no Íon, por exemplo).
Pensando
possíveis ligações com a Academia (por uns[1]
pensada como primeira escola de teoria de crítica literária da antiguidade – e provável
lugar de leitura-performance de seus diálogos - mas não único) esboçamos 'a
costura' platônica, seu direcionamento (da alma) pedagógico – e alguns
elementos de “sua metafísica” da arte e ‘estética’) em meio à cultura
(poético-teatral-retórico-científica) de sua época. Digo “suas”, pois se
direcionam ao problema socrático – e do ‘porta-voz’ platônico nos Diálogos escritos.
Essas direções pretendem partir de considerações
estéticas, reflexões sobre a arte própria de escrever, sua maneira de estimular os personagens
conceituais ao debate e a contracenar, reflexões sobre a produção de sentido que a forma/método dos Diálogos permite. As limitações (e tentações) da escrita
monológica e tratadística em frente ao diálogo-dramático vivo (escrita na alma)
se associam intimamente com a questão do auto-movimento dialético do texto platônico
(e da montagem dramática). Esse texto escapa de “suas” próprias críticas acerca da
fragilidade (dogmática) do discurso e de determinadas formas narrativas
para a falar da “verdadeira filosofia”?
Palavras chave:
rapsódia, diálogo, Academia, performance, filosofia.
Bibliografia:
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